terça-feira, 19 de abril de 2011

O Sofrer

Sabe por que você sofre por amor?(Por Rosana Braga)

Melhor dizendo, sabe por que você, eu e todas as pessoas do mundo sofremos, por qualquer que seja o motivo? Porque resistimos, rebelamo-nos e travamos uma luta contra o que está acontecendo e que não tem nos agradado!

Ou seja, não aceitamos a vida como ela está se mostrando num determinado momento. Não aceitamos o fluxo e passamos a investir pensamentos, sentimentos e emoções, e muitas vezes também palavras e ações, pra revelar nossa imensa indignação diante do acontecimento que está em desacordo com a nossa vontade.

E você poderia se justificar dizendo que faz isso porque não é acomodado, porque luta por aquilo que quer e porque acredita que quem não faz nada para mudar o que não está bom, é covarde, derrotado e fraco.

Compreendo seu ponto de vista e tenho certeza de que parte do seu argumento faz sentido. Mas explico: existe uma enorme diferença entre fazer o seu melhor e tentar tudo o que for possível (sem desrespeitar o limite do outro, claro!) para conseguir o que deseja e... não saber reconhecer a hora de parar e confiar no Universo, a hora de deixar a vida rolar...

Porque, no final das contas, é isso que se chama FÉ! Ou seja, confiar, entregar-se ao ritmo da vida sem ficar contestando, brigando, resistindo, tentando se convencer ou convencer o outro de que as coisas deveriam ser diferentes! Não deveriam!!! Se devessem, simplesmente seriam diferentes!

O fato é que nem você e nem ninguém tem controle sobre o mundo, sobre outra pessoa e, muitas vezes, nem sobre a própria vida. Nosso "controle" é parcial, é limitado, vai somente até onde estamos conscientes; e, acredite: a grande maioria de nós está bem pouco consciente diante de tudo o que existe ao nosso redor!

Podemos decidir muitas coisas, podemos e devemos fazer escolhas a todo momento, mas tudo isso tem influência sobre os resultados até certo ponto. Somos apenas uma pequena parte do todo e, por isso, vivemos também sob a influência do imponderável, do inexplicável, do invisível e até do impensável. Ou seja, vivemos sob as demandas do incontrolável.

E isso significa dizer que, muitas vezes, depois de já ter tentado tudo o que podia, depois de ter feito o melhor que conseguia, não haverá mais nada que você possa fazer para mudar uma situação senão aceitá-la exatamente como ela é, senão confiar na sabedoria da vida e acreditar que o que tiver de ser, será! Que o melhor pode estar por vir se você realmente estiver disposto a aprender, a não repetir os mesmos erros e a, sobretudo, se perdoar pelo que não conseguiu acertar desta vez!

E quando você consegue fazer isso, quando consegue respirar fundo e simplesmente confiar, é inacreditável como você relaxa e tudo começa a fazer mais sentido, tudo começa a ficar mais fácil do que tem sido... Ou seja, o sofrimento começa a diminuir, a dor começa a passar e você termina descobrindo que nada é por acaso mesmo!

Especialmente quando o assunto é dor de amor, sofrimento por alguma frustração ou desilusão amorosa, a gente costuma acreditar que nunca vai passar, ou que vai demorar mais do que podemos suportar, ou ainda que as consequências serão desastrosas, como nunca mais confiar em ninguém, nunca mais se entregar ou nunca mais sequer se relacionar.

Mas embora o tempo tenha seus segredos e poderes, há algo que você pode fazer agora para diminuir seu sofrimento, pra sentir essa dor sumir pouco a pouco. E isso é aceitar, confiar, entregar-se ao ritmo da vida, deixar-se levar com o fluxo do Universo e viver um dia de cada vez, sem fazer tantos planos, sem investir tantos pensamentos e tanta energia nesse acontecimento com o qual você não concorda! Apenas o agora, apenas este momento. E verá, surpreendido, que é bem mais fácil viver quando a gente para de brigar e simplesmente acredita que, ao fazer o nosso melhor, o que tiver de ser nosso, será - mais cedo ou mais tarde!
(Texto de Rosana Braga)

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Escolhas (Por Rosana Braga)

Você escolhe ou é escolhido? (Rosana Braga)

Que a vida é feita de escolhas, não resta dúvida. Escolhemos a todo o momento, seja consciente ou inconscientemente. Inclusive, até a decisão, também consciente ou não, de não escolher, é uma escolha. E algumas vezes, uma das mais perigosas!

Acontece que, por falta de autoconhecimento ou até mesmo por medo de descobrir que o momento é de espera e de não saber lidar com a ansiedade que esta expectativa provoca, muitas pessoas se deixam escolher e depois simplesmente se lamentam pelas conseqüências, como se nada pudessem ter feito.

Quando se trata de relacionamentos amorosos, a preferência por se deixar escolher é mais frequente do que imaginamos. Talvez seja a razão por que tantas pessoas se dão conta, depois de algum tempo, do quanto poderiam ter evitado algumas catástrofes emocionais, se tivessem sido mais imperativos no momento da escolha, se tivessem dado ouvidos à sua intuição ou aos sinais que a vida mandou... Porque ela sempre manda!

Sim, é verdade que existe um dito popular avisando que "quem muito escolhe acaba escolhido". Entretanto, o lembrete serve para nos alertar sobre o excesso de críticas, o orgulho exagerado ou a análise que paralisa, que impede a tomada de decisão.

Ou seja, o ideal é aprender a calibrar o coração para que não haja nem negligência no ato de decidir se é hora de exercitar o amor ou de esperar, nem um medo sem sentido de tentar de novo. Pessoas carentes demais, que aceitam qualquer relacionamento para aplacar seu pavor de ficar só e ter de encarar a si mesmo e suas limitações, certamente, vão terminar e começar relações sem se questionarem qual o aprendizado, qual o amadurecimento para um futuro encontro que seja mais satisfatório e harmonioso.

Por outro lado, pessoas críticas demais, orgulhosas demais ou que morrem de medo de se entregar a uma relação e vir a sofrer, também pagarão um preço alto, muitas vezes amargando a solidão e se privando da alegria e do privilégio de vivenciar o amor.

Minha sugestão é para que você, em primeiro lugar, tenha muito claro para si o que realmente deseja viver quando o assunto é amor. O que tem para oferecer? Quanto se sente preparado para lidar com as dificuldades que vêm à tona num relacionamento, sejam elas ciúme, insegurança, falta de auto-estima, ausência do outro, diferenças de ritmo, etc.? Quanto já aprimorou sua habilidade de se comunicar, de falar sobre o que sente, o que quer e, principalmente, de ouvir o outro e tentar uma conciliação sempre que necessário?

Depois, com um mínimo de autoconhecimento, sugiro que você se questione e reflita sobre sua noção de merecimento e crenças. Quanto você realmente acredita que merece viver um amor baseado na confiança, na lealdade e na intensidade? Quanto você realmente acredita que possa existir um amor assim? Pode apostar: se você não acredita nesta possibilidade, dificilmente vai viver uma relação que valha a pena, simplesmente porque esta opção não faz parte do seu universo, do seu campo de visão.

E, por último, mais do que ansioso ou distraído, mantenha-se tranqüilo e seguro de que o amor acontecerá no momento certo. Nem antes e nem depois. Não é preciso que você busque desesperadamente. Apenas viva a partir do que existe de melhor em você e permaneça presente, atento ao que acontece ao seu redor. E todo o universo estará conspirando a seu favor, porque, afinal de contas, nascemos para amar e sermos amados.
(Por Rosana Braga)

sexta-feira, 8 de abril de 2011

DR

Ultimamente tenho ouvido falar muito em duas letras “DR” (Discutir a Relação ou Discussão do Relacionamento...whatever qual seja a grafia certa, todos sabem do que tô falando)!
O problema é que muita gente vê isso como um pé no saco! (E isso não é só na visão masculina)
Na realidade eu particularmente prefiro substituir as letras “DR” pela palavra DIÁLOGO.
E me refiro aqui a quaisquer tipos de “relacionamentos” não especificamente a relacionamentos entre homem e mulher somente, afinal a vida é isso nos relacionamos todos os dias com pessoas, então, dialogar é hiper importante, pois, só assim chegamos a definições ou conclusões. 
Acho que DR é desculpa inventada por pessoas que não sabem dialogar e sempre que alguém tenta resolver alguma coisa com elas é uma tortura! Please!!!!!! Tentar resolver algo, consertar um mal entendido, o que tem demais nisso? Desde que as pessoas sejam objetivas e exponham o que sentem qual problema?
A gente sempre tem que se colocar no lugar do outro, pois, um dia teremos vontade de falar o que nos incomoda e esperamos que o outro seja receptivo! E ser receptivo no mínimo já é uma demonstração de respeito.
Notem também que existe uma diferença entre escutar e ouvir. É como sempre digo escutar, qualquer um escuta, mas...não processa, não raciocina o que o outro esta falando, ouvir difere porque você processa e debate com o outro.
E em adição a questão do escutar e ouvir... manja aquela frase que diz “Quando um burro fala o outro abaixa a orelha!”, ela é muito verdadeira, se todo mundo resolve falar junto, vira um furdunço, loucura, discussão, nada saudável, casa de italiano!
Penso que tentar consertar algum mal entendido, ou entender uma ação, omissão, reação, uma frase mal dita, enfim, demonstra que aquela “relação” é importante e vale a pena ser mantida.
Deixar aquilo remoendo e te atazanando as ideias, não é legal, fica aquele bolo no estômago, aquilo martela e martela, e se você não fala fica aquela coisa mal resolvida.
Daí eu aconselho, vai lá respira fundo e fala! Vai ver como vai se sentir leve, o peso das costas sai, mesmo que a coisa não se resolva do jeito que se espera, mas você fez sua parte, e se o outro não te respondeu, não dialogou, ou foi evasivo, frio? Não tem problema, você fez sua parte e não se preocupe, pois, com certeza o outro vai pensar nem que seja um pouquinho no que você falou!
E se não tem jeito, você não consegue de jeito nenhum chegar a quem você quer para conversar, ou, se a dificuldade é saber lidar com você mesmo procura um psicólogo, ué, porque não?
O negócio é ir de coração aberto, desarmado, e deixar orgulho de lado, nestas condições não existe erro, medo, vergonha, estas últimas três palavras deixamos para os fracos, para os que acham que a “DR” ou no meu caso que estou substituindo as letras por diálogo é um pé no saco!
Afinal DR ou diálogo é = Relacionar-se!

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Vai continuar morrendo de fome ou vai aproveitar a festa? (Rosana Braga)

Não sei se por questões culturais, religiosas ou pessoais, ou talvez seja por todas elas juntas, mas o fato é que, por mais estranho e paradoxal que pareça, a maioria das pessoas desperdiça o convite VIP que recebeu ao nascer e, negligentemente, joga fora a oportunidade de aproveitar a grande festa chamada Vida!

A excêntrica tia Mame, do filme Auntie Mame (1958), repete uma assertiva que, desde a primeira vez que ouvi, achei de uma medida perfeita e urgente. Embora possa parecer agressiva, num primeiro momento, ela é, acima de tudo, provocativa - um convite à reflexão e um apelo ao abandono de uma das maiores ilusões do ser humano: a de que viver e amar têm a ver, fundamentalmente, com sofrer.

A frase é:
"A vida é um banquete maravilhoso e a maioria dos idiotas continua morrendo de fome"!

Prefiro acreditar que você não se julgue - pelo menos não o tempo todo - um idiota. Mas certamente, em algum momento, após ter feito algo que rendeu prejuízos, sobretudo a si mesmo, já se sentiu um completo e patético idiota! Até aí, nenhum "privilégio", já que a grande maioria de nós se sente dessa forma alguma vez na vida.

O problema é quem passa a vida toda se boicotando, afundando-se em reclamações e reforçando a crença medíocre e lamentável do "se". "Se" tivesse isso ou aquilo, "se" fosse assim ou assado, "se" conseguisse, "se" conquistasse, enfim, uma interminável lista de impedimentos à própria felicidade. Obstáculos que a pessoa impõe a si mesma por se recusar a enxergar o banquete servido bem diante do seu nariz!

Sei que afirmar que a vida é aquilo que você acredita que ela seja, ou que o melhor está na simplicidade, e disponível para quem quiser, é cair no lugar comum e, para alguns, beira o pedantismo, mas é absolutamente surpreendente constatar o quanto essa verdade "é verdadeira" e o quanto ainda não foi compreendida, por mais que já tenha sido repetida incontáveis vezes.

Continuamos deixando a desejar quando se trata de sentar-se à mesa do tal banquete e se servir, se esbaldar, se lambuzar! E assim, feito idiota, a maioria continua morrendo de fome! Muitos, inclusive, morrem sem nunca terem se comportado como convidados realmente, como se o melhor da vida fosse reservado somente a alguns, que não eles.

Assim, presos à idéia de que não podem, não devem ou não sabem como, vão aceitando migalhas, deixando o melhor para quem - na opinião insegura deles - merece mais e, enfim, passam seus dias conformados com uma vidinha mais ou menos, um relacionamento "meia-boca", bem pouco de intensidade, quase nada de novos sabores, e talvez nada da autêntica felicidade!

Pois muito bem! Se você está cansado de se sentir deixado de fora da grande festa, sugiro que comece a se comportar, a partir de agora, como o convidado de honra que de fato você é! Mude sua postura, levante os ombros, olhe adiante e se apodere total e completamente do seu direito de estar neste mundo!

Apodere-se também do seu merecimento de viver um amor que valha a pena, que agite suas células e faça seu coração amadurecer. Se já tem um, invista nele como nunca fez antes. Aja como um apaixonado e transforme pequenas ocasiões em cenas dignas de Hollywood. No seu trabalho, comporte-se como mestre e senhor de suas funções e faça a diferença. Você não é apenas mais um. Você é um único, exemplar exclusivo na humanidade!

E acredite você ou não, as portas da festa da vida irão se abrir, os anfitriões irão recebê-lo com pompas, os garçons irão servi-lo à vontade e a música vai rolar o tempo todo. Cabe somente a você a decisão de ficar apenas olhando ou, finalmente, fazer como manda muito bem a canção de "As Frenéticas": "Abra suas asas, solte suas feras, caia na gandaia, entre nessa festa!" até descobrir, com todos os poros de seu corpo, que o kit felicidade (sorrir, amar, conquistar e ter prosperidade) é muito mais uma questão de escolha individual do que de condições externas!

(por Rosana Braga)